sexta-feira, 21 de julho de 2017

De perder o controlo

Desde que me tornei mãe as coisas andam mais ou menos em auto piloto.
As manhãs, os fins de tarde e depois toda a gestão da casa, das pequenas coisas para fazer que ocupam demasiado tempo, as refeições, a limpeza, os afazeres, as compras, ir levar à escola, ir buscar. Os sonos, as sestas. As noites, as madrugadas.
E depois nós. Ele e eu. Eu. E agora só eu...
Quando vejo ao longe parece-me básico gerir uma família. Não tem grande ciência. É ser organizado, acordar cedo, dormir bem, gerir a casa, gerir os filhos com muito amor, gerir o casamento com carinho, ternura, segurança e tolerância.
Mas não é assim tão facil...
Dou por mim a deixar fugir tudo e todos das mãos. A rezar para que ela não se magoe enquanto faço algo, que se entretenha enquanto dou mais um jeito à casa.
A verdade é que ela é indiferentes ao meu tempo, à minha incapacidade ou ao meu cansaço. E é assim que deve ser.
Dou por mim a ter que parar para pensar. O que é que eu estava a fazer? E rapidamente se instala um caos que me pergunto se existirá só aqui em casa. Basta um dia que ela não queira fazer a sua soneca da tarde para que tudo se desconjunte. Ás vezes só queria sentar, parar, estar quieta e pensar em tudo...

Depois há aqueles dias em que me atraso no trabalho e tenho que ir buscar a moranguita á escola e chego lá toda despenteada, cansada. Depois há aqueles dias que a miuda cai me da cama porque eu a dormir pego nela e meto a na cama comigo. Sim, o cansaço vence me....
Nunca me deito infeliz com os meus dias, só cansada, confusa, desorientada e sempre a pensar no quanto tenho por fazer.

A brincar, brincando, há 6 meses que sou mãe. Há 6 meses que não estou sozinha mais do que umas horas. Tenho saudades minhas. De parar um bocadinho, de conseguir pensar, de me organizar por dentro.

É isso! Ando desorganizada por dentro. Feliz e muito desorganizada.




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